quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vaidade = vazio = morte

Herman Henstenburgh, 1667 - 1726
* Crânio com 8601 diamants de Damien Hirst, 2008
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O que são Vanitas? Nas artes plásticas são obras que simbolizariam a morte através de elementos como caveiras. Está em cartaz em Paris (Musée Maillol)
uma exposição intitulada C’est La vie! Vanités de Caravage à Damien Hirst.
Lendo sobre o tema concluo que o termo “Vanitas” teria duplo sentido.
“Vanitas” poderia ser vaidade em Latim:
VANITAS VANITATUM ET OMNIA VANITAS (Ecc.1:2) – “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. A "Nova Versão Internacional da Bíblia" traduz o verso como:
“Totalmente sem sentido! Tudo é sem sentido”.
“Vanitas” poderia ser também “vazio”. E curiosamente, leio num texto* que o termo hebraico que traduz a palavra vaidade, qohelet, significa "vapor de água". Está na família das palavras água, sombra, fumo, brisa, nuvem, - vocábulos que nomeiam imagens de substância efêmera, e que ilustram a idéia de "fragilidade humana" – ou seja, pelo que entendi, “vaidade” e “vazio” são primos e o hebraico considera que tudo isso é vapor! A vida é vapor. A vaidade é vapor. Olavo Bilac no poema Vanitas diz: “E o Poeta / Pensa que vai cair, exausto, ao pé de um mundo, / E cai – vaidade humana! – ao pé de um grão de areia...”.

* Texto completo de Luís Calheiros aqui:
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